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Foto do escritorInstituto Ethos

Sebrae anuncia projeto para incentivar a bioeconomia na Amazônia



Pequenos negócios interessados receberão apoio e fomento da instituição e parceiros: programa será desenvolvido com respeito e conservação do bioma

O Sebrae apresentou ontem, terça-feira (03), durante a Conferência Ethos 360º, programa de bioeconomia para a Amazônia que visa atrair startups e empreendimentos sustentáveis nos estados da região Norte e estimular o desenvolvimento do ecossistema de inovação alinhado à conservação do meio ambiente.

A partir de fevereiro de 2020, os empreendedores que acreditam na Amazônia e veem um potencial de bionegócio serão apoiados e fomentados pelo Sebrae e seus parceiros para criar e acelerar negócios na região. Paulo Renato Cabral, gerente de inovação do Sebrae, apresentou a iniciativa durante a conferência e ressaltou que deve atrair pequenos negócios do Brasil e do mundo.

“O Sebrae vai apoiar a criação de novos empreendimentos nesse bioma, que é tão importante para o Brasil e para o mundo, e que muitas vezes não é explorado ou tem abordagens incorretas para explorar”, avaliou. “Vamos oferecer um programa de inovação aberta para atrair empreendedores para o bionegócio na Amazônia”, disse.

Essa é uma iniciativa acessível, aberta e que busca desenvolver a capacidade criativa e de execução dos empresários. A proposta é que tudo seja realizado sempre conservando a Amazônia. “O programa vai gerar emprego e renda, com potencial para se tornar um exemplo para outros países e, no futuro, podermos atuar em outros biomas brasileiros”, disse.

Cases de sucesso

Pequenos negócios de bioeconomia também estiveram presentes no painel com o apoio do Sebrae. Para o CEO da Biozer da Amazônia, Danniel Pinheiro, um dos grandes feitos da empresa, que é especializada em cosmética natural, vegana e sem sintéticos na formulação, foi fazer com que o valor agregado dos produtos fosse revertido para a comunidade.

Apesar de hoje ser bem-sucedida, a empresa encontrou dificuldades pelo caminho. “Nosso papel como marca é mostrar para os pares a importância de a floresta ficar de pé, pois é de onde obtemos insumos. Mostrar que a floresta tem suas características e particularidades é fundamental, pois quando um produto ou matéria prima não está disponível, não é uma falha, mas sim uma questão sazonal: ele não está em sua época. Isso tem de ser mostrado, pois agrega valor”.

Outra marca de cosméticos naturais, a Ekilibre Amazônia, comandada pela CEO Maria José de Freitas, vem se destacando em Alter do Chão, no Pará, e incentiva a comunidade local a aproveitar os ingredientes naturais que tem à mão.

Maria e o sócio, Kairós Kanavarro, participaram do Empretec, programa com o apoio do Sebrae e estabelecido pela Conferência das Nações Unidas, e que visa promover pequenas e médias empresas que tem a intenção de se tornar sustentáveis, além de inovar e serem competitivas a nível internacional. O resultado foi um sucesso: hoje a Ekilibre também tem um e-commerce e armazena estoque em São Paulo para otimizar a logística dos produtos.

Trabalhar com madeira também é uma forma sustentável de lidar com a floresta, e é o que o pequeno negócio de Maqueson da Silva, da Marchetaria do Acre, faz. Silva é filho de seringueiros e chegou a desempenhar essa profissão quando jovem: “Nasci em plena floresta amazônica. Fui ribeirinho e seringueiro, com muita honra”.

No entanto, a região não permitia o acesso a escolas, o que o fez sair para ter sua formação. Como seminarista, estudou filosofia, teologia e, em uma das escolas, se deparou com a obrigatoriedade de aprender marcenaria. A partir dessa habilidade, se interessou pela marchetaria, que considera uma evolução da marcenaria.

E desempenha a arte com esmero: hoje, além de outros produtos, suas bolsas finamente decoradas em madeira já foram parar até no Oscar, prêmio mais famoso do cinema mundial. “Não existem fronteiras. Não importa de onde viemos, mas onde queremos chegar”.


Por: Revista Amazônia

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