Juventude debate os desafios para enfrentar as mudanças climáticas na CBMC
Em diferentes painéis jovens dialogaram sobre a emergência climática
O debate internacional sobre as perspectivas e os desafios da juventude para a agenda climática reuniu lideranças jovens de vários estados brasileiros, da Alemanha, do Paraguai e indígenas, na manhã do dia 7 de novembro, no segundo dia da Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC), no espaço SinsPire, no Recife.
“Há quase um ano, cada vez mais alunos têm se manifestado em favor de uma política climática melhor. Não é uma ação inquestionável, mas na Alemanha essa ação foi muito importante para que o programa ambiental de clima ganhasse força no país. Isso não sou eu quem digo, mas sim a chanceler da Alemanha. Os desafios são enormes com a mudança do clima e não podemos perder tempo”, disse Maria Könning-de Siqueira Regueira, cônsul-geral da Alemanha no Recife.
Alice Amorim, coordenadora de Política e Engajamento do Instituto Clima e Sociedade (iCS), lançou luz sobre a atuação da juventude. “Há críticas sobre como a juventude tem atuado nesse enfrentamento da crise climática, mas temos que considerar o que tem sido feito”, ressaltou.
No painel “Engajamento jovem para o clima em perspectiva”, a ativista do Climate Reality Project do Paraguai, Joyce Najm Mendez, destacou que os problemas do clima na atualidade vêm despertando um interesse cada vez maior dos jovens no mundo. “Os jovens são catalisadores de novos projetos e têm a vontade de cooperar com os governos. Na nossa visão, a criatividade e o engajamento são as principais formas de utilizar a linguagem jovem para mobilizar de maneira rápida, não apenas um país, mas o mundo inteiro”, disse Joyce.
Cássia Oliveira Moraes, do Youth Climate, apontou que “há facilidade nos jovens em criar pontes. Precisamos nos potencializar quanto a diplomacia”. Nayara Almeida, ativista do Fridays for Future Brasil, também observou que “pode parecer alarmismo: ‘isso é o fim de mundo?’ Não. Mas, pode ser o fim da humanidade”.
Já no painel As perspectivas brasileiras sobre ativismo jovem e climático, um dos coordenadores do Engajamundo, Igor Vieira, afirmou que a pretensão maior é que se consiga mudar a realidade da juventude e mudar o planeta. “Estamos vivendo em urgência em relação ao clima. Não é papo sobre o meu futuro, mas é sobre o meu dia a dia. Não são apenas acordos e metas mundiais que vão mudar a nossa realidade. Eles são ferramentas importantes para nações cumprirem metas. Mas, nós também temos nossas metas e é sobre essas metas que precisamos trabalhar e transformá-las em realidade”, declarou.
Mirin Ju Yan Guarani, jovem indígena do povo Guarani, deixou um recado para o público formado por jovens de todas as idades, entre eles estudantes da Escola Aderval Galvão, do bairro de Vasco da Gama, no Recife. “Quem provocou as destruições do planeta que procure descobrir dentro de si a importância da coletividade, entender os diversos códigos culturais para conseguir entrar em harmonia com a natureza. Se não conseguimos cuidar da natureza interior, a gente destrói a natureza exterior. A humanidade está doente e está destruindo a si mesma”, pontou Mirin.
Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos, com informações da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) de Pernambuco
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