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Chefe da ONU pede que jovens continuem liderando resposta à emergência climática

Foto do escritor: Instituto EthosInstituto Ethos

Atualizado: 10 de jul. de 2019


O secretário-geral da ONU, António Guterres, na Conferência Mundial de Ministros da Juventude e do Fórum da Juventude, Lisboa+21, na capital portuguesa. Foto: Lisboa +21

Gerações mais velhas fracassaram em responder adequadamente à emergência climática, disse no fim de junho (23) o secretário-geral das Nações Unidas, enquanto os jovens estão “se apresentando ao desafio” e assumindo a liderança para diminuir o ritmo destrutivo do aquecimento global.


Em discurso de encerramento da Conferência Mundial de Ministros da Juventude e do Fórum da Juventude, em Lisboa, António Guterres disse que é preciso dar mais poder aos jovens nas tomadas de decisões.


A cúpula foi realizada 21 anos após a adoção da Declaração de Lisboa sobre Políticas e Programas de Juventude, e foi um lugar para governos nacionais dialogarem diretamente com jovens sobre progressos alcançados, além de apresentar novas abordagens para empoderá-los nas políticas.


Seguindo um argumento que usa há meses perante a ameaça existencial apresentada pela mudança climática, enfatizada no Acordo de Paris de 2015 para manter o aquecimento abaixo de 2°C, o secretário-geral disse não ser suficiente “escutar os jovens e dar um lugar à mesa – precisamos garantir um lugar na mesa deles”.


Estudantes entendem mais que líderes globais


Através das ações inspiradoras de líderes jovens, como a sueca Greta Thunberg, que criou uma greve nas salas de aula para pedir ações climáticas em todo o mundo, Guterres disse que “estudantes compreenderam mais a urgência do que líderes globais”. “Eles sabem que a janela de oportunidade está se fechando; eles estão determinados a combater esta ameaça e já estão fazendo uma grande diferença”.


O chefe da ONU afirmou que governos estão escutando e que “companhias estão começando a entender que uma grande pegada de carbono é ruim para suas imagens, e até mesmo para seus lucros”. Este é apenas o começo, acrescentou, dizendo que a energia e o comprometimento de jovens, com os participantes dos eventos em Lisboa, estão tornando a ação uma prioridade.


“Precisamos criar um ambiente permissivo para jovens, onde sejam vistos não como sujeitos a serem protegidos, mas cidadãos com direitos iguais, vozes iguais e influência igual, como membros plenos de nossas sociedades e poderosos agentes para a mudança”.

Ele elogiou o Programa Mundial de Ação para a Juventude, dizendo que o programa encoraja um foco mais amplo nas tomadas de decisões políticas e ações que são verdadeiramente relevantes à juventude em todo o mundo.


“Políticas sobre gênero são particularmente importantes, à medida que não podemos construir comunidades e sociedades fortes, justas e resilientes sem a participação e liderança plena de metade de seus membros”.


Guterres disse aos presentes esperar que muitos estejam em Nova Iorque em setembro, não só para a importante Cúpula sobre Ação Climática, mas também para ajudar a impulsionar a “implementação de ações globais mais urgentes e ambiciosas”.


É preciso valorizar potencial dos jovens, diz enviada especial


Diante de participantes de múltiplas agências da ONU, a enviada do secretário-geral para a Juventude, Jayathma Wickramanayake, falou em nome de todo o Sistema das Nações Unidas, dizendo que este representa a “maior geração de jovens” na história humana, com mais de 1,8 bilhão de pessoas entre 10 e 24 anos.


Em torno de 90% destes jovens estão em países em desenvolvimento, onde o desenvolvimento sustentável pode não ser alcançado, “a não ser possamos envolver jovens e criar as condições para permitir que alcancem seus plenos potenciais”, disse a enviada.

Ela também afirmou que a estratégia 2030 da ONU para Juventude, lançada no ano passado, é um plano holístico para “avançar os direitos de jovens e garantir engajamento” em toda a Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável. A enviada também pediu para ministros e legisladores trabalharem com a ONU para dar um futuro melhor às gerações mais jovens.


Crédito: ONU Brasil

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